domingo, 28 de setembro de 2008

Tocqueville

Na sociologia política de Tocqueville, a modernidade não se caracteriza essencialmente nem pela indústria, como quer Comte, nem pelo capitalismo e pela luta de classes, como quer Marx, mas ‘pela igualdade social ou pela igualização das condições’.

“Em sua obra clássica “A democracia na América”, Alex de Tocqueville, um aristocrata não simpatizante da igualdade, manifestava a sua crença em que o avanço da igualdade era inevitável, um fato inelutável, universal, imune à interferência humana. Mesmo obstáculos levantados para contê-la terminariam por impulsioná-la: a caminhada em direção à igualdade era um fato comandado pela Providência Divina, nas suas palavras. Sem ser democrata, Tocqueville via “igualdade” e “democracia” como quase sinônimos. Para ele, não era possível haver democracia sem igualdade; e a igualdade levava necessariamente à democracia.”

“Com certeza, não é no sentido de igualdade na distribuição da riqueza (ou, da falta dela) que Tocqueville aproximava igualdade e democracia. Mais do que a idéia de “governo do povo”, Tocqueville rende-se, a contragosto, à noção restritiva de democracia como método de eleger os governantes, ou seja, ao reconhecimento da igualdade jurídica entre os cidadãos, que se tornava indissociável da liberdade individual proclamada pela revolução norte-americana.”

Tocqueville era contra a revolução, já que muitos de seus parentes foram guilhotinados, ele se inclinava a acreditar que quanto mais as sociedades democráticas fizessem revoluções, amis correriam perigo de se tornarem despóticas. (Tocquevile queria impedir a tirania/despotismo da maioria)

Experiência Americana

Tocqueville enumera três tipos de causas que tornaram a democracia americana liberal e estabelece uma hierarquia entre esses três tipos de causas:

1º - Os hábitos e Costumes
A sociedade americana Une o espírito de religião ao de liberdade, enquanto a sociedade francesa está dilacerada pela oposição entre a igreja e a democracia, entre religião e liberdade.
O autor atribuiu, igualmente, grande importância ao caráter associativo e participativo dos americanos em formar organizações civis e políticas: “Os americanos de todas as idades, de todas as condições, de todos os espíritos, estão constantemente a se unir. Não só possuem associações comerciais e industriais, nas quais tomam parte, como ainda existem mil outras espécies: religiosas, morais, graves, fúteis, muito gerais e muito pequenas”. Dizia ainda que “os americanos associam-se para dar festas, fundar seminários, construir hotéis, edifícios, igrejas, distribuir livros, enviar missionários aos antípodas; assim também criam hospitais, prisões, escolas”.

2º - As Leis – Caráter Federativo
O autor observa que a constituição federativa (maior mérito das leis americanas), o sistema bicameral e a instituição da presidência contribuem para o êxito da organização política nos Estados Unidos. Ele destaca, ainda, a importância da pluralidade partidária e da liberdade de imprensa em um processo político caracterizado mais pela disputa de interesses do que por convicções ideológicas, e reconhece um espírito cívico, legalista e associativo, por meio do qual os indivíduos estabelecem suas relações. Esse espírito está fundamentado nos costumes e crenças daquele povo, cujo fator decisivo é a religião.

3º - A Situação Acidental e Particular
A situação acidental e particular inclui tanto o espaço geográfico em que se estabeleceram os imigrantes vindos da Europa como a ausência de estados vizinhos (inimigos).
A situação Geográfica e histórica America são apenas circunstancias favoráveis, a verdadeira causa da liberdade que goza a democracia americana são as boas leis e mais ainda os hábitos, costumes e crenças, sem as quais não poderia haver liberdade.

Dois grandes problemas enfrentados pela sociedade americana segundo Tocqueville:

- A relação entre brancos e negros / brancos e índios - Para resolver esse problema havia duas soluções: A mistura de Raças, que seria rejeitada pela maioria branca. Ou a separação das raças, o que seria quase inevitável, uma vez extinta a escravidão.

- A escravidão no sul – A esse respeito Tocqueville era bastante pessimista, acreditava que à medida que desaparecesse a escravidão, e a igualdade jurídica tendesse a se estabelecer entre negros e brancos, se elevariam as barreiras que os costumes criaram entre duas raças.


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Bibliografia:
Para além da democracia de Tocqueville

Fórum Patriota

Blog Gabriel Filártiga

Livro: As etapas do pensamento sociológico


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