terça-feira, 30 de setembro de 2008

Resumo de Tocqueville

Tocqueville
Aléxis Charles Henri Clerel de Toquecville nasceu em Paris em 1805 e morreu em 1859. Como liberal convicto e politicamente atuante, Tocqueville, tanto na teoria como na prática, não deixou de oferecer sua parcela de contribuição para construção da nova sociedade democrática. Como teórico, deixou duas obras políticas que se tornaram clássicas, e, como ativista no mundo da política, atuou como membro do magistrado, depois, como membro do parlamento e, ainda, como secretário de assuntos estrangeiros. Descontente com os novos rumos políticos da França no período na Restauração e, em protesto ao golpe de Estado de Luís Bonaparte (1808-1873), Tocqueville abandonou a vida política e passou a se dedicar ao estudo da vida social, particularmente, aos estudos históricos. Entre a pequena – mas nem por isso irrelevante – produção intelectual de Tocqueville, duas obras importantes têm acentuado destaque: Democracia na América, publicada em 1834 e O Antigo Regime e a Revolução, publicada em 1856 (ZEVEDEI, 1989, p. 12-13).

O método de análise utilizado por Tocqueville em seus estudos – tanto sobre a vida política dos americanos como a vida política dos franceses – tem as suas peculiaridades em relação aos métodos utilizados pelos Antigos – Platão e Aristóteles – e pelos Modernos – Hobbes e Rousseau. Enquanto esses pensadores partem de princípios gerais elaborados por meio da razão e ou da generalização indutiva para analisar a vida social e política e prescrever como ela deveriam ser, Tocqueville, ao contrário, se ateve em descrever as realidades sociais que estudava e em mostrar os condicionamentos históricos do fenômeno político e suas tendências evolutivas.

No desenvolvimento dessa abordagem analítica, Tocqueville procurou destacar, conforme os propósitos de seus estudos, as características relevantes de seu objeto de estudo para construir o seu referencial teórico e, a partir daí, estabelecer as relações causais por meio da comparação entre as diversas realidades políticas. Com o primeiro procedimento, então, Tocqueville construiu o conceito de democracia destacando a liberdade e a igualdade como suas características básicas. Com base na noção de igualdade como elemento fundamental da democracia, Tocqueville pôde realizar as comparações entre a natureza da democracia americana, inglesa e francesa, tanto em seu estudo sobre a democracia na América, como em seu estudo sobre a relação entre o absolutismo e a Revolução Francesa.

Em a Democracia na América, ao tratar da fundação das colônias inglesas no continente americano, Tocqueville pôde mostrar como e por que razões o Estado e o poder político fora criado pelos anglo-americanos que ali se instalaram a partir de inícios do século XVII. Assim, poder-se-ia afirmar que, embora Tocqueville não trate da origem e fundamentos do Estado ou do poder político em geral – como o fizeram, por exemplo, Platão, Aristóteles, Hobbes e Rousseau –, ele procura mostrar como e por que, especificamente entre os anglo-americanos, a constituição do Estado se fez necessária. Como diversos estudiosos que o antecederam – por exemplo, Hobbes, Montesquieu, Rousseau – Tocqueville avalia que o Estado e o poder político nasceu do pacto realizado entre os homens com o propósito de promover o bem-estar de todos. A diferença entre Tocqueville e seus antecessores reside em que, enquanto estes últimos não situam no tempo e no espaço a realização do pacto social, Tocqueville o vê nascer como um fato geográfico e historicamente situado: na América de inícios do século XVII.

A apenas dois séculos da constituição dos estados americanos, Tocqueville pôde observar, com nitidez, as características dos emigrantes ingleses que se instalaram na costa do Atlântico Norte, bem como os motivos que os levaram a constituir, ali, o poder político. Embora os emigrantes ingleses tivessem objetivos diferentes para se instalarem na América, eles tinham em comum a característica de falarem a mesma língua e de serem descendentes de um mesmo povo habituado ao respeito às leis e à liberdade política. Como diz Tocqueville (1969), particularmente os colonos que se instalaram ao norte, nas costas da Nova Inglaterra, pertenciam todos às classes mais independentes de seu país de origem. Eram colonos que, de certa maneira, tinham as suas condições sociais niveladas em termos de riqueza, de inteligência e de talentos. Esses colonos, detentores de certa posição social em seu país de origem, não foram obrigados a deixar a Inglaterra por necessidades econômicas. Ao invés disso, o que os motivou a enfrentar o sofrimento intrínseco do exílio para começar vida nova no norte do Novo Mundo foi a esperança em ter uma vida próspera e liberdade para que pudessem, ali, pôr em prática a sua fé religiosa.

Esses emigrantes, portadores de um certo nivelamento social e de uma mesma fé religiosa, ao desembarcarem nas costas nuas do Novo Mundo, haveria, de imediato, de se preocupar com a organização da nova vida social que iniciavam. Assim, segundo Tocqueville, o primeiro cuidado que tiveram foi constituir uma sociedade subscrevendo o “Acordo de May-Flower”: um pacto social que daria origem ao Estado e que fundamentaria o poder político daquela futura nação. Nas poucas linhas transcritas por Tocqueville em seu livro Democracia na América, é possível observar o momento em que o Estado foi constituído pelos emigrantes ingleses e como eles fundamentaram o poder político que acabava de nascer no Novo Mundo. O “Acordo de May-Flower”, ou seja, o pacto social realizado pelos novos habitantes da Nova Inglaterra em 1620, deu-se nos seguintes termos:

Em nome de Deus. Amém. Nós cujos nomes vão abaixo assinados, súditos leais de nosso venerado Senhor Soberano o Rei Jaime etc. etc., tendo empreendido para a glória de Deus e o progresso da Fé Cristã, e honra de nosso Rei e país, uma viagem para implantar a primeira colônia nas regiões setentrionais da Virgínia; pelo presente, solene e mutuamente – na presença de Deus e de cada um – nos reunimos e combinamos a nós mesmos como um corpo político e civil, para nossa melhor ordem e preservação e a busca dos fins acima mencionados, e em virtude do presente, promulgaremos, constituiremos e moldaremos as leis, ordenações, atos, constituições e ofícios justos e iguais que, de tempos em tempos, forem considerados melhores e mais convenientes para o bem geral da Colônia; nos quais prometemos toda a devida submissão e obediência. (TOCQUEVILLE, 1989, p. 53). 

Parece que, ao transcrever esse acordo, Tocqueville não estava fazendo outra coisa senão preenchendo a lacuna – não situar historicamente os supostos pactos sociais realizados entre os homens – deixada, por exemplo, na teoria política de Hobbes e Rousseau e, ao mesmo tempo, revelando como e por que, senão os homens em geral, pelo menos os norte-americanos, criaram o Estado e o poder político. Tocqueville, tratando especificamente do Estado norte-americano, mostra, documentalmente, que, na América, o Estado surgiu de um acordo realizado entre os colonos ingleses que se estabeleceram no Novo Mundo em inícios do século XVII. Como vimos anteriormente, Hobbes (1999: 109), postulava que o Estado foi criado no momento em que os homens, percebendo que o estado de guerra de todos contra todos em que se encontravam no estado de natureza poderia levá-los ao extermínio mútuo, decidiram realizar um pacto social transferindo os direitos ilimitados que possuíam a um soberano que, doravante, se incumbiria de promover a paz e a prosperidade que buscavam. Rousseau (1999: 99), diferentemente de Hobbes, considerava que os homens, longe de serem conflituosos por natureza, tornaram-se desiguais e colidentes quando ingressaram na vida social. O estado de guerra que, a partir daí se estabeleceu entre ricos e pobres, fortes e fracos, levou os mais astutos e poderosos a proporem um ardiloso pacto social que foi ingenuamente aceito por todos. Neste pacto, cada um deveria transferir seus direitos a um soberano com poderes para promover a ordem social e o bem-estar de todos. Assim, no entendimento de Rousseau, nascia o Estado em geral que, a seu ver, seria um instrumento de domínio de uns sobre outros - note-se que, Marx e Engels (1978 e 1987) e Engels (1984), em outra perspectiva de análise, também tinham o Estado como um instrumento de luta de classes. Conforme os dados oferecidos em Democracia na América e conforme o Acordo de May-Flower, poder-se-ia afirmar que, para Tocqueville, o Estado norte-americano – embora submisso ao Estado inglês até que as colônias inglesas declarassem sua independência em finais do Século XVIII e elaborassem sua primeira Constituição – foi criado por homens que eram iguais em suas condições sociais, com a incumbência de promover a melhor ordem e preservação, bem como o bem geral dos novos habitantes do Novo Mundo.

Embora o trecho transcrito acima, sobre o Acordo de May-Flower, não trate da forma de governo que haveria de ser instalada pelos anglo-americanos na Nova Inglaterra, Tocqueville avalia que as condições sociais – igualdade de condições – desses novos habitantes do Novo Mundo, bem como a sua herança cultural e até mesmo as condições geográficas do território ocupado, não permitiriam a adoção de outra forma de governo senão a democracia. Foram essas condições que levaram os anglo-americanos a nortear suas práticas políticas – desde a fundação das colônias – no princípio da liberdade e da soberania do povo.

A igualdade de condições não poderia estar ausente entre emigrantes ingleses que foram construir vida nova na América. Além de se tornarem iguais no processo de nivelamento social que ocorria na Europa e que atingia a todos, entre os emigrantes ingleses que foram para a América não havia aristocratas, nem pobres que precisassem garantir a sobrevivência em outras regiões. Daí a afirmação de Tocqueville de que os anglo-americanos que se instalaram no Novo Mundo se encontravam num estado de igualdade social, pois, entre eles, não havia homens de baixo nascimento, nem pobres. Ao invés disso, eram homens com “maior igualdade de fortuna e de intelecto” (1969: 66). Essa igualdade de condições existente entre os anglo-americanos foi o fator decisivo para que, na prática, a democracia fosse instalada na América, garantindo que, constitucionalmente, a soberania fosse colocada nas mãos do povo e não nas mãos de um só ou de poucos. É a igualdade geradora do gosto pela liberdade que levaria a Nova Inglaterra a respeitar as liberdades provinciais e a criar, depois da luta das colônias pela independência, uma constituição democrática e um sistema federativo, onde seriam contemplados não só os interesses comuns existentes entre elas, mas também as diversas aspirações provinciais.

Os hábitos e os costumes herdados pelos anglo-americanos de sua pátria-mãe, aliados à igualdade que existia entre eles, foram outros fatores que lhes permitiram criar e manter, por todo o tempo, a democracia na América. Os ingleses que emigraram para a costa do Novo Mundo – dizia Tocqueville – “tinham aprendido a tomar parte nos negócios públicos em sua pátria mãe; estavam todos habituados ao julgamento pelo júri, à liberdade de palavra e de imprensa, à liberdade pessoal, à noção de direitos e à prática de os afirmar” (TOCQUEVILLE, 1969, p. 341). Os anglo-americanos – continua Tocqueville – “levaram consigo para a América essas instituições livres e costumes varonis e essas instituições preservaram-nos contra a usurpação do Estado. São os hábitos e costumes adquiridos pelos anglo-americanos que levaram as colônias britânicas, desde o seu começo, a parecer “destinadas a testemunhar o crescimento, não da liberdade aristocrática de sua pátria-mãe, mas a liberdade das ordens inferiores e médias das quais a história do mundo ainda não tinha fornecido um exemplo completo” (TOCQUEVILLE, 1969, p. 51).

As causas acidentais ou providenciais, ou seja, as causas físicas, segundo Tocqueville, também exerceram suas influências na construção da democracia nas colônias inglesas. Em primeiro lugar, situadas numa região do Novo Mundo onde se encontravam sem vizinhos, portanto, sem guerras, sem crises financeiras e sem grandes exércitos a sustentar, as colônias não necessitaram centralizar a administração com o propósito de arrecadar pesados impostos, para permitir, assim, que os cidadãos mantivessem suas liberdades provinciais. Em segundo lugar, a abundância de recursos naturais oferecidos pelo vasto território ocupado pelos anglo-americanos, ao garantir-lhes a prosperidade geral, proporcionou a estabilidade do governo democrático que – mais que qualquer outra forma de governo – depende da vontade da maioria. Daí a afirmação de Tocqueville: os antepassados dos anglo-americanos “deram-lhes o amor pela igualdade e pela liberdade; mas o próprio Deus lhes deu os meios de permanecerem iguais e livres, colocando-os num continente sem limites”. Nos Estados Unidos – continua Tocqueville – “não é só a legislação que é democrática, mas a própria natureza favorece a causa do povo” (TOCQUEVILLE, 1969, p. 149-150).

A religiosidade dos anglo-americanos foi outro fator de significativa importância no processo de criação e de consolidação da democracia no território americano. No entendimento de Tocqueville, a religião, ao estabelecer valores morais para nortearem a conduta dos indivíduos que se encontram em condições de igualdade, coloca limites à aspiração desenfreada que possuem pela liberdade. Os anglo-americanos se instalaram na América trazendo da pátria-mãe dois espíritos distintos, mas necessariamente complementares para o convívio ordeiro na sociedade que haveriam de construir: o “espírito da liberdade” propiciado por suas condições de igualdade e o “espírito da religião” neles despertado pelo protestantismo puritano. O puritanismo – que, a um só tempo, é portador de elementos morais e democráticos – haveria de deixar os anglo-americanos convictos de que somente sua religião poderia oferecer a verdade sobre a vida, mas também convencidos de que somente a obediência às leis poderia garantir-lhes a liberdade civil. A moralidade pregada pelo puritanismo, aos olhos de Tocqueville, foi o fator que contribui para que os anglo-americanos, mesmo sedentos de liberdade, não esquecessem de prestar obediências às leis que construíam. Como diz Tocqueville, “a moralidade é a melhor garantia da lei; é o pendor mais seguro da duração da liberdade” (TOCQUEVILLE, 1969, p. 58-59).

Enfim, a igualdade existente entre os emigrantes que fundaram as colônias inglesas na América, seus hábitos e costumes, bem como a natureza do território que os acolheu e a própria religião que professavam, foram os fatores decisivos que permitiram a construção da democracia na América. Com essas condições favoráveis, os anglo-americanos puderam fundar o poder político atribuindo a soberania à maioria e puderam, também, criar as instituições democráticas necessárias para alcançar a liberdade que buscavam. Em outras palavras, devido às suas circunstâncias, sua origem, sua inteligência e especialmente sua moral, os anglo-americanos “foram suficientemente felizes para escapar ao domínio do poder absoluto” e “puderam estabelecer e manter a soberania do povo" (TOCQUEVILLE, 1969, p. 67).

É preciso observar que, embora estivesse preocupado em demonstrar que o regime democrático americano resulta de condicionamentos historicamente situados, Tocqueville não deixa de emitir seu ponto de vista sobre a democracia. Muitas vezes, e por diversas razões, Tocqueville deixa transparecer, em seus textos, sua preferência pela democracia aristocrática – uma democracia em que somente os nobres participariam das decisões políticas.[1] Entretanto, tendo como natural e irreversível o processo de nivelamento social gerador das instituições democráticas, Tocqueville acaba se conformando com o processo de democratização por que passavam as sociedades de sua época. Neste sentido, em tom melancólico – afirmava Tocqueville, em O Antigo Regime e a Revolução:

“O espetáculo dessa uniformidade universal me entristece e me gela, e sou tentado a ter saudades da sociedade que não mais existe. É natural que o que mais satisfaz os olhares desse criador e desse conservador dos homens não é absolutamente a prosperidade singular de alguns, mas o maior bem-estar de todos; o que me parece uma decadência é, portanto, a seus olhos, um progresso; o que me magoa, lhe agrada. A igualdade é menos elevada, talvez, porém é mais justa, e essa justiça faz sua grandeza e sua beleza. Procurei então me erguer até essa altura da contemplação divina, para daí olhar e julgar os cuidados e as penas dos homens” TOCQUEVILLE, 1989, p. 363).
por JOSÉ OTACÍLIO DA SILVA 

O autor é professor Sociologia e Ciência Política e membro do GPCP – Grupo de Pesquisa sobre Comportamento Político, na UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná




Resumo de Marx



Karl Marx
Karl Marx, pensador da sociedade e da história, explica a história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos. Buscando, assim, explicações aos modos de produção, formação social, relação de produção e forças produtivas, infra estrutura e super estrutura, divisão social do trabalho, definição do Estado, luta de classes sociais, entre outros.
No pensamento marxista os modos de produção são baseados na “totalidade” , onde aspectos econômicos, políticos e ideológicos é visto com um Toto, não fragmentado. Ele é o conceito explicativo de sociedade, que é o somatório da infra estrutura econômica e da superestrutura política e ideológica.
Marx distingue as etapas da historia humana a partir dos modos de produção. Determina cinco modos de produção existentes: o modo de produção primitivo, caracterizado pelas sociedades tribais sem Estado, apresentando relações de escravidão, como por exemplo, os índios; o modo de produção antigo, caracterizado pela presença de escravos, propriedade e Estado, como por exemplo, Roma e Grécia antiga; o modo de produção asiático, caracterizado, pelo Estado centralizador, onde a propriedade está sob o controle do Estado, também apresenta relações escravistas, como por exemplo, Russia e China; o modod de produção feudal, caracterizado pelo regime de descentralização administrativa e de servidão, o homem é livre, porém paga tributos aos nobres e à igreja, como por exemplo, Inglaterra e Alemanha no período da idade média; e o modo de produção capitalista, tendo como principal característica a propriedade privada e a existência de Estado. Por fim, Marx percebe o modo de produção comunista, onde não há Estado, nem divisão do trabalho, a qual ele não viveu, não presenciou, não conheceu e nunca existiu no mundo.
De acordo com Marx chamamos de formação social ao qualificar, analisar uma sociedade específica, pois cada formação social tem dentro de si diferentes modos de produção, ou seja, cada sociedade é definida como uma formação social específica que carrega consigo diferentes modos de produção que não são evolutivos.
Segundo o livro “As etapas do pensamento Sociológico”, as forças de produção são essencialmente a capacidade de certa sociedade de produzir; capacidade que é função dos conhecimentos científicos, do aparelhamento técnico, da própria organização do trabalho coletivo. As relações de produção parecem caracterizada essencialmente pelas relações de propriedade, portanto não se confundem. Podem incluir também a distribuição da renda nacional. As relações de produção e as forças produtivas representam uma das formas da contradição característica da sociedade capitalista, que cria incessantemente meios de produção mais poderosos. Com isso, aumentou a produção cada vez mais, porém as relações de produção, as relações de propriedade e a distribuição de rendas, não se transformam no mesmo ritmo, ocasionando o aumento das riquezas e a miséria crescente da maioria.
Em toda sociedade pode se perceber a infra estrutura e a superestrutura. A infra-estrutura é a força de produção, conjunto do equipamento técnico anexado aos conhecimentos científicos e a organização do trabalho, e superestrutura simboliza as instituições jurídicas e políticas, as ideologias e as filosofias (modo de pensar). EM outras palavras, a sociedade é comparada a um edifício no qual as fundações, a infra estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas, enquanto os edifícios em si, a superestrutura, representaria as idéias, costumes, instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc.)
Para Marx a divisão do trabalho é uma pratica transformadora, desde que o homem é homem ele tem transformado a natureza ao seu redor como a si própria. As formigas e as abelhas têm divisão social do trabalho, tanto no formigueiro como na colméia. Essas divisões permanecem as mesmas desde suas origens e até hoje não houve mudanças nesse sistema, cada qual com sua função permanente. Mas o homem na medida em que transforma a natureza, muda a si próprio, havendo então um feedback. Além da sociedade se reproduzir, ela também sofre mudanças, transformações com o tempo, tornando cada vez mais complexa a divisão social do trabalho. Por exemplo, na Idade Média as pessoas trabalham em casa( artesãos) n a modernidade elas começam a sair de casa para trabalhar em fábricas e industrias, com horários e turnos de trabalho estipulados, sendo controlados pela produtividade.
Marx inaugura uma nova reflexão à qual ela não está preocupada com as formas de governo e na questão da limitação dos poderes. Ele tatá o poder em três instancias: econômico, político e ideológico; instituídos na pratica da sociedade. Para ele Estado se define como “Reino da Força”, o exercício da força de um grupo ou de uma classe social sobre os demais, inexistindo Estado pra todos. Ele seria uma expressão de uma vontade particular de uma classe social dominante. È o autor quem vai ao encontro de varias correntes de pensamento anti-estatais do sec. XIX, à questão não é construir o Estado, mas como ele vai acabar.
Para Marx, os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, das idéias que elas têm do mundo e da sociedade seria as mesmas idéias que a burguesia espalha. O capitalismo seria atingido por crises econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas.
Seria um absurdo que a sociedade inteira se dedica se a trabalhar e a produzir subordinada a um punhado de grandes empresários. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente, mais ele necessita de socialismo. Não basta existir uma crise econômica para que haja uma resolução. O decisivo são as ações das classes sociais que em todas as sociedades em que a propriedade é privada existem lutas de classes (senhores x escravos, nobres feudais x servos, burgueses x proletariados). A luta do proletariado do capitalismo não deveria se limitar à luta dos sindicatos por melhores salários e condições de vida. Ela deveria também ser luta ideológica para que o socialismo fosse conhecido pelos trabalhadores e assumido como luta política pela tomada do poder. Neste campo, o proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o partido política, o partido político revolucionário que tivesse uma estrutura democrática e que buscasse educar os trabalhadores e levá-los a se organizar para tomar o poder por meio de uma revolução socialista.
Bibliografia:
Resumo enviado por Ederson , João Carlos e Fabrício.
Considerado pelo Prof. Motta como um resumo muito bom.



segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Processo (Franz Kafka)


Encontrei esse Resumo mas ainda não li , porque não terminei de ler o livro, mas acredito que esse resumo deve ajudar.

O Processo (Alemão: Der Prozess) é um romance escrito pelo escritor checo Franz Kafka, e conta a história de Josef K., personagem que acorda certa manhã, e, sem motivos sabidos, é preso e sujeito a longo e incompreensível processo por um crime não revelado.


Segundo Max Brod, amigo pessoal de Kafka, o livro permaneceu inacabado como estava quando Kafka lhe entregou os escritos, em 1920. Após sua morte, Brod editou O Processo pelo que ele julgou um romance coerente e o publicou em 1925.

Pontos-guia da obra

Burocracia


O Processo apresenta ao leitor a narrativa carregada de uma atmosfera desorientada e avulsa na qual o personagem Josef K. está imerso. Tal atmosfera deve-se mormente à seqüência infindável de surpresas quase surreais, geradas por uma lei maior e inacessível, que está no entanto em perfeita conformidade com os parâmetros reais da sociedade moderna. O absurdo presente em toda obra é o ponto de partida, sem conclusão, da confusão que se desenrola na mente de Josef K., assim como em todos os ambientes reais nos quais ele está inserido, o que dá ao leitor a sensação incômoda própria do estilo da obra kafkaniana.

Humanidade

Ao analisar O Processo, se faz necessário notar que o fim do romance, a cena da execução, foi a primeira parte escrita por Kafka. K. nunca é informado por que motivos está sofrendo o processo, e ele mantém sua inocência quase até o fim. Ao declarar sua inocência, K. é perguntado "inocente de quê?". Talvez o processo contra K. tenha sido instaurado por sua incapacidade de confessar sua culpa, e, por conseguinte, sua humanidade. O tema, largamente explorado por Kafka em toda sua obra, da não-humanidade torna o livro atual, provocando questionamentos dos costumes e crenças arbitrários da vida, que podem parecer, sob certo aspecto, tão bizarros quanto os acontecimentos da vida de K.

Personagens

Josef K. - Personagem principal. No enredo, o personagem sofre longo processo judicial sem que lhe seja dito ao certo o seu crime.

Fräulein Bürstner - Mora na mesma casa que Josef K. Aparece nas primeiras partes do livro e daí então apenas no final.

Frau Grubach - A proprietária da pensão onde K. mora.

Tio Karl - Tio impetuoso de K., que o convence a procurar o Advogado senhor Huld.

Senhor Huld, o Advogado - Advogado pouco eficiente de K., indicado por seu tio Karl.

Leni - Enfermeira do Senhor Huld. Torna-se amante de K.

Rudi Block - Outro cliente do Senhor Huld. Tem, além do Senhor Huld, mais cinco advogados para tomar conta de seu longo caso.

Titorelli, o pintor - Pintor da côrte.

Sinopse

O romance conta a história de Josef K., bancário que é processado sem saber o motivo. A figura de Josef K. é o paradigma do perseguido que desconhece as causas reais de sua perseguição, tendo que se ater apenas às elucidações alegóricas e falaciosas advindas de variadas fontes.

Embora Kafka tenha retratado um autoritarismo da Justiça que se vê com o poder nas mãos para condenar alguém, sem lhe oferecer meios de defesa, ou ao menos conhecimento das razões da punição, podemos levar a figura de Josef K., bem como de seus acusadores, para vários campos da vida humana: trabalho (quem nunca se viu cobrado ou perseguido, sem que seus acusadores lhe dissessem em que estaria sendo negligente), religião (quem nunca se viu pego, de surpresa, como Josef K., por um fanático intransigente, dizendo que teríamos ferido as leis divinas, sem que nos fossem apresentados os motivos), na escola (quem nunca se viu como Josef K., ao ser criticado por seu desempenho, sem que soubesse em que havia falhado, com críticas vagas, por vezes de colegas, por vezes dos próprios mestres).

Muito embora se preste às mais diversas interpretações, desde aquelas fundadas nos axiomas filosóficos até a mais profunda radiografia feita pela Sociologia, de fato, O Processo fornece farto material àquele que se debruça sobre o estudo para além da mera Dogmática Jurídica, de vez que, por meio de um conto que mais se assemelha a uma parábola, Kafka reproduz a negação do Estado Democrático de Direito e, ao mesmo tempo, leva o leitor a perceber que, mesmo vivendo sob a égide da Democracia "plena", há que se não perder de vista que as instituições não guardam sua razão de ser na prestação de serviço público, mas na submissão ao poder e às camadas dominantes.

Nesta obra, o protagonista, atônito, ao ser informado que contra ele havia um processo judicial (ao qual ele jamais terá acesso e fundado numa acusação que ele jamais conhecerá), percorre as vielas e becos da burocracia estatal, cumpre ritos inexplicáveis, comparece a tribunais estapafúrdios, submete-se a ordens desconexas e se vê de tal modo enredado numa situação ilógica, que a narrativa aproxima-se (e muito) da descrição de confusos pesadelos.

Mas não distam muito de pesadelos os processos reais que tramitam nos vãos da estrutura pesada, arcaica, burocrática e surreal das instituições zelosas da Justiça, de modo que, por fim, Franz Kafka terá sempre o mérito de ter, no início do século passado, retratado a sociedade de muitos povos, com fidelidade e crueza dignos de alçar sua obra à imortalidade.

Descrição

"Sem motivo Josef K. é capturado e interrogado em seu aniversário de 30 anos. As circunstâncias são grotescas, ninguém conhece a lei e a côrte permanece anônima. A "culpa", descobre Josef K., torna-se-lhe inerente, sem que ele possa fazer algo contra isso. Obstinadamente, mas sem sucesso, ele tenta lutar contra o crescente absurdo e envolvimento, ignora todo aviso de resistência e é por fim executado um ano depois nos portões da cidade."

Bibliografia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Processo


domingo, 28 de setembro de 2008

Tocqueville

Na sociologia política de Tocqueville, a modernidade não se caracteriza essencialmente nem pela indústria, como quer Comte, nem pelo capitalismo e pela luta de classes, como quer Marx, mas ‘pela igualdade social ou pela igualização das condições’.

“Em sua obra clássica “A democracia na América”, Alex de Tocqueville, um aristocrata não simpatizante da igualdade, manifestava a sua crença em que o avanço da igualdade era inevitável, um fato inelutável, universal, imune à interferência humana. Mesmo obstáculos levantados para contê-la terminariam por impulsioná-la: a caminhada em direção à igualdade era um fato comandado pela Providência Divina, nas suas palavras. Sem ser democrata, Tocqueville via “igualdade” e “democracia” como quase sinônimos. Para ele, não era possível haver democracia sem igualdade; e a igualdade levava necessariamente à democracia.”

“Com certeza, não é no sentido de igualdade na distribuição da riqueza (ou, da falta dela) que Tocqueville aproximava igualdade e democracia. Mais do que a idéia de “governo do povo”, Tocqueville rende-se, a contragosto, à noção restritiva de democracia como método de eleger os governantes, ou seja, ao reconhecimento da igualdade jurídica entre os cidadãos, que se tornava indissociável da liberdade individual proclamada pela revolução norte-americana.”

Tocqueville era contra a revolução, já que muitos de seus parentes foram guilhotinados, ele se inclinava a acreditar que quanto mais as sociedades democráticas fizessem revoluções, amis correriam perigo de se tornarem despóticas. (Tocquevile queria impedir a tirania/despotismo da maioria)

Experiência Americana

Tocqueville enumera três tipos de causas que tornaram a democracia americana liberal e estabelece uma hierarquia entre esses três tipos de causas:

1º - Os hábitos e Costumes
A sociedade americana Une o espírito de religião ao de liberdade, enquanto a sociedade francesa está dilacerada pela oposição entre a igreja e a democracia, entre religião e liberdade.
O autor atribuiu, igualmente, grande importância ao caráter associativo e participativo dos americanos em formar organizações civis e políticas: “Os americanos de todas as idades, de todas as condições, de todos os espíritos, estão constantemente a se unir. Não só possuem associações comerciais e industriais, nas quais tomam parte, como ainda existem mil outras espécies: religiosas, morais, graves, fúteis, muito gerais e muito pequenas”. Dizia ainda que “os americanos associam-se para dar festas, fundar seminários, construir hotéis, edifícios, igrejas, distribuir livros, enviar missionários aos antípodas; assim também criam hospitais, prisões, escolas”.

2º - As Leis – Caráter Federativo
O autor observa que a constituição federativa (maior mérito das leis americanas), o sistema bicameral e a instituição da presidência contribuem para o êxito da organização política nos Estados Unidos. Ele destaca, ainda, a importância da pluralidade partidária e da liberdade de imprensa em um processo político caracterizado mais pela disputa de interesses do que por convicções ideológicas, e reconhece um espírito cívico, legalista e associativo, por meio do qual os indivíduos estabelecem suas relações. Esse espírito está fundamentado nos costumes e crenças daquele povo, cujo fator decisivo é a religião.

3º - A Situação Acidental e Particular
A situação acidental e particular inclui tanto o espaço geográfico em que se estabeleceram os imigrantes vindos da Europa como a ausência de estados vizinhos (inimigos).
A situação Geográfica e histórica America são apenas circunstancias favoráveis, a verdadeira causa da liberdade que goza a democracia americana são as boas leis e mais ainda os hábitos, costumes e crenças, sem as quais não poderia haver liberdade.

Dois grandes problemas enfrentados pela sociedade americana segundo Tocqueville:

- A relação entre brancos e negros / brancos e índios - Para resolver esse problema havia duas soluções: A mistura de Raças, que seria rejeitada pela maioria branca. Ou a separação das raças, o que seria quase inevitável, uma vez extinta a escravidão.

- A escravidão no sul – A esse respeito Tocqueville era bastante pessimista, acreditava que à medida que desaparecesse a escravidão, e a igualdade jurídica tendesse a se estabelecer entre negros e brancos, se elevariam as barreiras que os costumes criaram entre duas raças.


ENVIEM COMPLEMENTOS PARA ESTE RESUMO, POIS ESTÁ INCOMPLETO.

Bibliografia:
Para além da democracia de Tocqueville

Fórum Patriota

Blog Gabriel Filártiga

Livro: As etapas do pensamento sociológico


sábado, 27 de setembro de 2008

Resumo de Montesquieu e Marx

Montesquieu
Para Montesquieu a lei é a relação entre dois ou mais seres, sendo assim, relações que derivam das coisas. Segundo Montesquieu existe leis naturais que são leis da física e da sociedade, e leis positivas que são as leis presentes na constituição, dando ordem do que deve ou não ser feito.
As leis positivas se dividem em três: Lei entre os Estados, Lei que regula os governantes e os governados e Lei que regula os governados entre si.Existem nas leis relações entre si, com sua origem, com o objeto do legislador, com a ordem das coisas sobre as quais estão estabelecidas. Montesquieu escreve “não trata das leis, mas do Espírito das leis”.

Montesquieu distingue três formas de governo: república, a monarquia e o despotismo. Cada um é definido em relação a dois conceitos, de natureza e de princípio de governo. Natureza é o que faz com que ele seja o que é, e princípio do governo é o sentimento que deve animar os homens.
Governo republicano é aquele que o povo, coletivamente, ou só uma parte do povo tem o poder soberano. Este tipo de governo depende da virtude. O monárquico, um só governa, mas por meio de leis fixas e estabelecidas, é um governo que depende da honra. No despotismo, porém, uma só pessoa, sem lei e sem regras governa de acordo com sua vontade, esse governo depende do medo.
 Segundo Montesquieu a república só cabe a territórios pequenos, a monarquia em médios territórios, e o despotismo em grandes territórios. Os poderes eram divididos da seguinte forma: Legislativo e executivo. Ao contrário de separação há uma interdependência entre os poderes. Esses poderes se concentram nas três potencias: Rei, nobreza e Povo.

Marx
Marx separava as etapas da história humana a partir dos regimes econômicos. Sendo quatro regimes, chamados de quatro modos de produção: Antigo, Asiático, feudal e o burguês. Esses modos de produção são divididos em dois grupos. Os modos de produção como o antigo (escravidão), feudal (servidão), burguês (Trabalho assalariado) representam as três etapas da história ocidental. O modo de produção asiático não faz parte da história do ocidente, no modo asiático o poder se concentra na mão do Estado. Para Marx o modo de produção está sempre ligado a três fatores Ideologia, Política e Economia.
“Cada país é considerado uma formação social e cada formação social tem dentro de si diferentes formas de produção.” 
Na economia marxista, forças produtivas é a “capacidade de uma sociedade de produzir”, como a produção dos bens materiais, que compreendem os meios de produção e os operários que utilizam a força de trabalho. As relações de produção estão relacionas a propriedade. É essa força produtiva que constrói a história, pois está sempre criando, transformando algo, mas esse processo às vezes é interrompido por algum tipo de manifesto contra as relações de produção. Surgindo então as Lutas de classes.
As lutas de classes acontecem entre os operários (donos da força de trabalho) e os capitalistas (donos das fábricas). Marx via os capitalistas como exploradores, e os operários como explorados, e que uma solução para que isso mudasse seria um manifesto. Marx disse no manifesto comunista, “A história de toda sociedade passado é a história da luta de classes.”
Marx definia a divisão social do trabalho como “o sistema complexo de todas as formas úteis diferentes de trabalho que são levadas a cabo independentemente uma das outras por produtores privados”. Ou seja, capitalistas que competem entre si. Em segundo lugar, existe a divisão do trabalho entre os trabalhadores, cada um desempenha uma atividade e o resultado disso é o produto social do trabalho coletivo. Embora essas duas divisões estejam relacionadas, a origem e o desenvolvimento de cada uma são completamente diferentes da outra.
Para Marx a Sociedade é na verdade a soma da infra-estrutura econômica relacionada com a força de produção e as relações de produção, e a superestrutura como o modo de pensar, política, ideologia.Marx definia o Estado como sendo o exercício da força sobre os demais. Marx tinha uma preocupação em como acabar com o Estado.

Ps. O resumo tah bem resumido, não tah lá essas coisas mas jah dá um ajudinha.



sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Contabilidade - Modelo de Exercício

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Resumo Sociologia - Karl Marx

Karl Heinrich Marx era economista e sociólogo e, por possuir algumas relações com o marxismo podia ser considerado um sociólogo marxista.

Devido ao seu envolvimento com os franceses e alemães pôs – se contra ao capitalismo defendendo a classe trabalhadora mais conhecida como proletariado, pois a burguesia criava constantemente meios de produção mais poderosos e ao mesmo tempo a distribuição de rendas e terras não aconteciam no mesmo ritmo. Isto levava o aumento de riqueza para minoria e o aumento da miséria para a maioria.

Marco das obras de Marx foi a ‘Ideologia Alemã’, em 1845, que foi uma crítica à filosofia de direito Hegel.Por ter escrito muito ele possuía uma teoria polissêmica, ou seja, não disse a mesma coisa sobre o mesmo assunto e suas obras possuíam

vários sentidos, várias maneiras de interpretação.

Através do ‘Manifesto Comunista’ ele expressa o seu apoio a luta entre classes. Acreditava que a classe trabalhadora deveria unir – se e derrubar o poder capitalista, pois com a população chegando ao poder o governo deixaria de ser o governo de poucos (Estado) sobre muitos (população) e passaria a ser o governo da maioria contra a minoria.

Conforme os pensamentos de Marx a história humana dividi – se em 5 modos de produção:

• Modo de Produção Primitivo: Não possui um Estado. Existente em sociedades tribais, onde há escravidão.

• Modo de Produção Antigo: Possui Estado. Há propriedades e escravos.

• Modo de Produção Asiático: Possui um Estado centralizador, que possui o pode. Subordinação de todos os trabalhadores ao estado.

• Modo de Produção Feudal: Possui uma Descentralização. Existe a servidão, onde os homens são livres, mas pagam tributos aos nobres e à Igreja.

• Modo de Produção Capitalista: Possui Estado. Existe propriedade privada e trabalho assalariado.

O Estado é considerado essencialmente como instrumento da dominação de uma classe onde ele é o Reino da força de um determinada grupo sobre os demais.

Com base em suas idéias podemos afirmar que cada sociedade possui uma formação social, pois cada formação social possui dentro de si diferentes modos de produção.

De acordo com Karl Marx em cada país existe uma formação social que é produzida ao longo do tempo de acordo com suas influências passadas - idéias colonizadoras, diferença entre povos e raças,

conceitos religiosos e não há como transformar totalmente uma sociedade de uma hora para outra, por mais que se tente implantar novos conceitos, os anteriores não serão apagados, mas amadurecidos.

Para Marx o socialismo seria uma continuação do capitalismo, que acontecerá quando o capitalismo atingir seu grau de maturidade.

No capitalismo vemos a idéia de relação de produção e forças produtivas. A condição de existência de todas as classes industriais era a de conservar inalterado o antigo modo de produção, mas com o capitalismo tudo mudou, a burguesia não existe sem transformar
constantemente os instrumentos e as relações sociais.

Em menos de um século a burguesia criou forças produtivas mais maciças e colossais do que as que haviam sido criadas por todas as gerações do passado em conjunto.

A burguesia cria incessantemente meios de produção mais poderosos, mas as relações de propriedade e distribuição de renda, não se transformam no mesmo ritmo. O regime capitalista é capaz de produzir cada vez mais e a miséria continua sendo a sorte da maioria.

Em vez de o crescimento dos meios de produção se traduzirem pela elevação do nível dos trabalhadores leva a um duplo processo de proletarização e pauperização.

As forças produtivas estão ligadas ao trabalhador, a matéria-prima, a técnica e ao produto final. Ainda estão ligadas as forças produtivas a Teologia Praxiológica.

Práxis é o homem x natureza, é uma prática transformadora, pois quando um homem transforma a natureza transforma também a si próprio como os capitalistas que estão sempre buscando formas mais eficazes de produção afetando assim o meio em que vive.

Correlativamente com a relação de produção e forças produtivas encontra-se a idéia das lutas de classe. A primeira idéia decisiva de Marx é que a história humana se caracteriza pela luta de grupos que chamamos classes sociais.

Dentro da contradição entre forças de classes e relações de produção é fácil introduzir a luta de classes, uma classe está associada às antigas relações de produção, que são obstáculos para o desenvolvimento das forças produtivas, enquanto a outra classe é progressiva, representa
novas relações de produção que favorecerão ao máximo o desenvolvimento das forças produtivas.

Marx não nega a existência de muitos grupos intermediários entre o regime capitalista e os proletários, mais afirma que à medida que o regime capitalista evolui, haverá uma tendência para a cristalização das relações sociais desses dois grupos e que um dia todos terão que se alinhar a um deles.

Para Marx ainda, o poder político é a expressão dos conflitos sociais pelo qual a classe dominante e exploradora, mantém seu domínio e sua exploração, e a supressão das contradições de classe deve levar ao desaparecimento da política e do Estado.

Em toda sociedade podemos distinguir a base econômica, ou infra -estrutura, e a superestrutura. A primeira é constituída essencialmente pelas forças e pelas relações de produção; na segunda (superestrutura) figuram as instituições jurídicas e políticas, bem como os modos de pensar, as ideologias, as filosofias. Porem os limites precisos da infra-estrutura e da superestrutura tem levado a discussões infindáveis.

Enviado por Lílian



quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Resumo de Economia

Economia
Ciência Social que se ocupa da administração de recursos escassos.

Problemas Básicos da Economia:
Escassez: Situação gerada pela razão de se produzir bens com recursos limitados. Só existirá escassez se houver a procura para a aquisição do bem.

Além da escassez existem 3 questões fundamentais:

O que Produzir?
Indica que é necessário identificar a natureza das necessidades humanas

Como Produzir?
Maneiras de se combinarem os fatores de produção

Para quem Produzir?
Distribuição dos bens e serviços produzidos, a distribuição será fatalmente para os que tem renda.

Curva de possibilidade de produção (CPP)
Curva de possibilidade de produção ilustra o problema de escassez, ela nos mostra a quantidade máxima dos bens e serviços em uma economia em que todos os fatores de produção estão empregados da forma mais eficiente possível.
A) Um ponto dentro da CPP indica que alguns recursos de produção não estão sendo usados de forma eficiente.
B) Já um ponto fora da curva significa que a produção está além das possibilidades da empresa. Esse ponto de produção só poderia ser atingido se houvesse um aumento na quantidade dos fatores de produção (avanço tecnológico, Aumento na quantidade de capital e dos recursos produtivos e aumento das forças de trabalho)



O fator mais importante é que o aumento da produção de um bem só poderá ser feito às custas da redução da produção de outro bem, esse fator é denominado CUSTO DE OPORTUNIDADE, ou seja, quando se deixa de produzir um produto para produzir outro.
O Deslocamento da curva para a direita como mostra a figura abaixo indica o crescimento econômico, isso pode ocorrer devido ao aproveitamento dos recursos já existentes, melhor eficiência produtiva e organizacional, avanços tecnológicos e melhoria nos fatores de produção.



Circulação no Sistema Econômico
O nosso sistema econômico é formado pelas empresas e famílias
O aparelho produtivo contrata, junto às famílias, os fatores de produção, trabalho, capital, etc., originando ai um fluxo monetário. Por outro lado, o aparelho produtivo organiza os fatores de produção de que agora dispõe e estabelece o fluxo real, que equivale a oferta de bens e serviços produzidos. Esses dois fluxos se encontram no mercado, onde as famílias trocam sua renda (ou fluxo monetário) pelo produto (ou fluxo real) para satisfazer as necessidades.
Família ----> Mercado de Fatores de produção ----> Empresa ---->Mercado de bens e serviços ---->Família (novamente, reiniciando o ciclo).

Mercado de Concorrência Perfeita
É o tipo de mercado que exige um número bastante grande de empresas envolvendo o mesmo produto.
Para existir a o mercado da concorrência perfeita é necessário existir: nº/Tamanho, Homogeneização, Não existem barreiras para a existência de novos concorrentes, Simetria das informações, Mobilidade dos fatores de produção).
Na concorrência perfeita, nenhum comprador ou vendedor, considerado isoladamente, tem poder de determinação sobre o preço do mercado. Portanto, nesse mercado, é só a influencia conjunta de todos os vendedores e de todos so compradores quem determina o preço do mercado.

Monopólio: Mercado caracterizado pela existência de um único vendendo.

Oligopólio: Quando existe um pequeno número de vendedores ou uma pequena parcela domina o mercado.

Monopsônio: Mercado onde há apenas um comprador, assim ele pode impor os preços. Ex.: Região onde há um número grande de pequenos produtores de leite e apenas uma usina onde é pasteurizado o leite.

Oligopsônio: Existência no mercado de um pequeno número de compradores.

Demanda
É a quantidade do bem que os consumidores desejam consumir em um determinado período de tempo.
Os principais fatores da demanda: Preço do Bem, A renda do consumidor, Preço de outros bens, hábitos e gostos dos consumidores.

A função da Demanda varia em função de dois efeitos:

Efeito-renda:
Quando o preço do bem X aumenta o consumo deste cai.

Efeito-Substituição: Se o preço do bem X aumenta e o de outros bens ficam constantes, o consumidor irá procurar substituir seu consumo por um em similar. (ex. Aumentou o preço da carne, reduz-se o consumo da carne e passa-se a consumir frango).

Oferta
É a quantidade do bem X que os produtores desejam oferecer no mercado.
A oferta é influenciada pelas seguintes variáveis: O preço do bem X, Preço dos insumos utilizados na produção, tecnologia, preço de outros bens.
Na oferta quanto maior o preço, maior será a quantidade oferecida no mercado de produtores e vice-versa.

Equilíbrio de Mercado
O preço de equilíbrio é definido pelo confronto entre as curvas de demanda e oferta, onde os preços de oferta e demanda irão se igualar de tal modo que ambos os grupos fiquem satisfeitos.
Pof=Pdm




Deslocamento da Curva de Demanda
A curva de demanda se deslocará para a direita da posição inicial quando a mudança do valor da variável antes suposta constante contribuir para aumentar a demanda e para a esquerda quando diminuir a demanda.


Mudança na renda dos consumidores

Bens Normais: A demanda aumenta quando o nível da renda do consumidor aumenta (deslocamento da curva de demanda para a direita) e diminui quando o nível da renda do consumidor diminui (deslocamento da curva de demanda para a esquerda).

Bens Inferiores: A demanda diminui quando o nível da renda do consumidor aumenta e aumenta a demanda quando o consumidor fica mais pobre, ou seja, quando a renda diminui.

Bens Substitutos: São os bens em que o consumo de um deles exclui o consumo do outro, ou seja, quando a renda aumenta as pessoas deixam de consumir os bens inferiores (margarina) para consumir os bens superiores (manteiga).

Bens complementares: o aumento do consumo de um irá influencia no aumento do consumo do outro, e o contrário também acontece. Quando o consumo de um diminui o consumo do outro também irá diminuir (ex. Café e Leite, Arroz e feijão)

BIBLIOGRAFIA: Apostila economia e Mercados, Professor Reginaldo B. de Almeida.